“Janelas do Passado Espelhos do Presente: Belém do Pará arte, imagem e história”
Um museu, uma coleção pinturas, uma pinacoteca municipal: temos à vista, diante de nós, a janela da alma de uma cidade. Quem pode nascer, se criar e conviver na elite paraense entre as décadas finais do século XIX e as primeiras do século XX, viveu tempos de riqueza. As jóias e os escombros de uma bela época ainda teimam em permanecer. A nostalgia e a estranha saudade de um tempo que os que viveram já se foram marcam o olhar de quem visita um palacete de outrora. O museu, que abre suas portas para receber o visitante, mostra as mais belas ruínas de um mundo que não existe mais. Avista-se um jardim de Benedito Calixto, na velha orla do Pinheiro, hoje Icoaraci, e uma tristeza no olhar de quem mira o sonho de viver o tempo que passou. Olha-se a Estrada de São Jerônimo retratada por Antônio Parreiras, com os trilhos de bonde e o passeio dos belenenses à sombra das mangueiras e sentimos que aquilo por pouco não pertence mais. Aldrin Moura de Figueiredo